terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Olhos no pote de maionese e tristeza: O grilo! O sábio!

Pensei em MELANCIAR sobre o colesterol e o jornalismo natalinos (patético!), sobre hipocrisia, ou sobre o espírito consumista do natal (Que eu adoro, por sinal, apesar de não concordar!). Mas decidi que não quero entrar nos chavões da temática atual.

Me perdoem do fundo do coração, meus companheiros de deliciosas MELANCIADAS, mas esse será um post egoísta. Um post sem a menor preocupação em satisfazer às expectativas dos senhores! Um post pra ME satisfazer (o que não deixa de permear a temática egoísta do natal, onde as pessoas se abraçam efusivamente e doam cestas básicas e cobertores aos pobres com o travestido objetivo de agradar única e exclusivamente a si mesmas, sem se lembrar que queixos tremem em outras épocas e que barrigas roncam o ano inteiro. Se sentir “do bem” faz bem, ? E tem gente que se contenta em sentir-se assim apenas uma vez por ano).

Mas voltando ao meu post egoísta...

Hora me sinto impotente, hora mesquinha! Hora sinto inveja, hora orgulho! Amor: hora sim, outra também! Nunca se sabe se o grilo saltita de alegria ou desespero, aflição. O fato é que ele saltita! E, às vezes, nos assusta, outras vezes nos faz rir! Bichinho curioso! Amável! E eu que sempre detestei artrópodes, ajoelho-me aos seus pés!

Ajoelho, reverencio, admiro e me perco no tempo quietinha...quietinha... Só ouvindo seu cantar e seu pular atrapalhado. DOCE! Ficaria cem anos assim: quietinha... quietinha! Só ouvindo e observando! Porque ele é sábio! Porque metade de mim (ou mais) veio dali! Porque meu coração se enche da sua pureza! Porque minha MELANCIA é a ele que ofereço: O grilo!!

Ah, o grilo! Se ele soubesse da potência de seu salto, certamente não me negaria um sorriso, um abraço (com as duas patinhas) e nem um dia inteiro de cantoria!

Mas o grilo às vezes se perde no seu exoesqueleto quitinoso! E ele chora, e ele pula... agora sim de desespero! E é admirável como até seu desespero é doce! E tal qual uma criança curiosa, carinhosa e possessiva, sentimos vontade de pegá-lo e colocá-lo numa caixinha de sapato ou num vidro de maionese. CUIDAR!

Mas a gente é muito pouco perto de um legítimo grilo! Eles são modestos, mas EU SEI que eles são bem mais que nós reles humanos! E talvez venha daí nossa aflição por não conseguir transformar o salto de desespero do grilo em um salto de alegria! Ah, como eu queria! Queria abraçar, apertar, acarinhar.. mas não se pode esquecer que o exoesqueleto é sensível e, ao invés de ajudar, posso massetá-lo cruelmente. E a intenção não é essa!

E na condição de criança peralta aflita diante do vidro de maionese e tristeza, busco subterfúgios pra me consolar e acalmar. E os encontro! Grilos são inteligentes, são sagazes, são fortes (o corpo é franzino, mas o canto é uma fortaleza), amáveis e amados! E, acima de tudo, ainda que isso pouco adiante, eles sempre vão ter para si os olhos atentos da menina sobre o vidro. Porque crianças são teimosas e insistentes! E ainda que o salto e a cantoria sejam de desespero, a ela, eles ainda assim encantam! E o encanto logo se transforma numa charada sem graça e timidamente mal-contada... E as gargalhadas ecoarão! Porque eu também sou inseto.. E vou rir...CERTAMENTE!


Aos grilos, crianças e amigos do MELANCIANDO desejo mais que cestas básicas... porque o básico quase nunca é suficiente! Desejo paz, amor, sabedoria, coragem, charadas e gargalhadas... SEMPRE! E que as MELANCIAS saltem da decoração da ceia de fim de ano direto pras nossas vidas! E que tragam consigo muita lambança, doçura e energia boa pra 2008! Que os que preferem engolir, devorem suas sementes voraz e fertilmente! E aos que preferem cuspir, que cuspam pra perto, pra longe, que cuspam com força e que só semeiem coisas boas! Um próximo ano INTENSO...acima de qualquer coisa!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Os jornalistas e a prostituição: um entra e sai de verdades e mentiras cabeludas


Chega de palhaçada, meus amigos!!! Segundo post e vamos MELANCIAR sério agora! Vamos falar de... JORNALISMO (Pfffff....kkkkkkkkkkkkkk).

Há milhares e milhares de dois anos atrás que ouço bocas murchas proferirem: “O jornalismo não só inFORMA, mas FORMA”. Dizem que o jornalismo ensina. E nesse ponto devo concordar com os “mestres” da academia.

Desde que me meti nesse intrigante e instigante puteiro da informação - que chamam há algum tempo de jornalismo – DESaprendi bastante coisa (acho que a promiscuidade é alienante! Deliciosamente alienante) . Mas aprendi algumas muitas outras também!!

Imagine você que aprendi a relatividade do tempo na aula de Introdução ao Jornalismo Audiovisual. É mágico como cinco segundos podem ser tão longos e como duas horas passam num bater de asas de inseto. (Ah, o tempo! Sempre nos pregando peças. Um pioso mesmo!)

O jornalismo me ensinou também que o meio termo é sofrido! Porque querem que você se enquadre em extremidades que, a mim, fazem sentir ridícula. Ridícula porque aqueles (bem ou mal) ditos marxistas fedem. E porque os apáticos não sentem esse fedô.

Falaram-me de lide, de Chaparro, de café, de uma pirâmide meio estranha e de uma tal de objetividade, que todos juram que não existe, mas que não tiram da boca e nem da pauta (eu disse PaUTA!). Acredito que ela não exista mesmo, e justamente por acreditar, imploro que a esqueçam. ESQUEÇAM!

Aliás, muita coisa deve ser esquecida e abolida: lide, passagens, rádio manchetado, manuais de redação, aqueles terninhos cafonas, pirâmides, muros, grades, prisões... Eu quero correr, quero brigar, quero gritar, quero beber, quero escrever, quero MELANCIAR e quero vender! Vender uma máscara, vender minha cabeça, vender uma idéia, vender o meu corpo! Porque o jornalismo seria bem mais feliz se se assume como o apaixonante prostíbulo que é!

(It´s real, Zeca! http://www.youtube.com/watch?v=kmvaO_8DGKg )

sábado, 8 de dezembro de 2007

Vem melanciar comigo, vem!!


MELANCIAR: Verbo transitivo direto ou indireto. Ato ou efeito daquilo que você quiser (Já pensou em putaria, né, seu porco nojento?). O verbo dos sonhos de Einstein, Hitchcock, Dalai Lama, Machado de Assis, Carla Perez, Paris Hilton, Godines e da rapazeada do P.O. Box.

Porque, se verbo é aquele que exprime ação, sentimento ou fenômeno da natureza, esse é diferente! Ele exprime ação, sentimento E fenômeno da natureza. Ele é tudo e é pra todos. Ele surpreende e espera sempre ser surpreendido. Ele é totalmente despretensioso, mas pretende mudar o mundo, acabar com a desigualdade, salvar o Corinthians, reinventar o rock, desinverter a pirâmide e tirar Alice do mundo das drogas! Ele pretende tudo isso e pretende mais tudo aquilo que você pretenda que ele pretenda. Afinal de contas, ele é seu!( Nosso, na verdade!)

Se o verbo MELANCIAR fosse antigo, Colombo teria chegado às Indias de fato. Os portugueses teriam lembrado de cuspir as sementes antes de engolir. Geúlio Vargas não teria sido suicidado (Nem ele e nem Kurt Cobain). Freud usaria jaleco verde e vermelho. E a bandeira do PT, se imaginassem o futuro, seria branca! O branco que não pode comer senão dá dor de barriga.

Mas o MELANCIAR, no fundo, no fundo, odeia seriedade. Então, se fosse mais velho, ele possivelmente não teria feito nada disso. Ele teria, na verdade, rido de tudo isso. E proferido sábias patacoadas sobre aquilo que todos chamam de sério, mas que, na verdade, pra ele, só será sério se VOCÊ quiser (ele é seu, lembra?).

Ele é seu! Ele é meu! Mais meu que seu e mais seu que meu! Ele é nosso! Não é do senhor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira! Quer dizer... até é! É dele, é seu, é meu, é nosso! Mas o que ele é e significa para você, não o é pra mim. E o que ele é ou significa pra o mestre Aurélio talvez nem me importe!

Vamos todos MELANCIAR! Adicionem esse verbo na correção ortográfica de vossos Words! Adicionem-no em vossas redações da FUVEST. Adicionem-no em vossas teses de mestrado, doutorado, em seus textos jornalísticos e no bilhete que deixou pra sua mãe na porta da geladeira (“Mãe, fui melanciar na casa do Davi! Não me espere para o jantar!”). Adicionem o MELANCIAR em suas vidas. Ele é libertador! Ele é do bem! Ele te faz rir, pensar, chorar, enraivecer e amar!

E além de tudo, ele é das cores do amor e da esperança! E vem com um cheirinho incomparavelmente BOM! Cheirinho de tranqüilidade, de infância, de memórias, de leveza, de risada gostosa, de beijo que não se esquece, de tempo que não volta, mas que pode ser lembrado. Cheirinho de fruta doce, bonita, grande, singela, gostosa e alegre! Cheirinho de Citrullus LANAtus... Então, vem MELANCIAR comigo, vem!!