quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Eu, a árvore, 2008 e 2009

Me despeço de 2008, confessando que nunca senti tanto medo da chegada de um novo ano.


Tá, eu cansei mesmo de 2008. Mas a verdade é que, por algum motivo desconhecido, o medo é tamanho que eu queria que o hoje durasse bem mais que 24h.

Confesso mais! Vi na Tv e, esta noite, eu abraçarei uma árvore! Espero que dê certo!









sábado, 27 de dezembro de 2008

Ho Ho Ho!


Vire e revire em sua cova Carlos Marques! Viva o consumismo natalino! Viva o abraço que segue à troca de presentes! Viva o beijo melecado na bochecha! E que venha 2009! E que ele seja engraçado, peralta, elétrico e bonito como o Sebastião da foto!

Aos que passam por aqui sempre, será para vocês que levantarei na noite do dia 31 o meu copo americano transbordando de Sidra Cereser! SAÚDE! CERVEJA! Uhuul!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Distúrbio do Querer: uma portinhola para a pujança

(Este texto não é só meu. Maranha é o nome dela)

- Ele é um fofo!
- Você o quer?!
- Eu quero todos!
- Você tem problema!
- Sim. Uma disfunção do querer.
- Chokei!


... Nascia, então, naquela manhã especialmente procascente, o conceito vanguardista de DQ, Distúrbio do Querer.

Querer sem saber porque ter. Desejar descriteriosamente.

SOFRIMENTO!
DOR!
CONFUSÃO MENTAL!
PNEUMONIA!
ESPASMOS CEREBRAIS!

Todos: Choram.

Outrora, o bater de asas era apenas um bater de asas, hoje, chorei.

Mas foi o vinho. Maldito búfalo vermelho!

QUERENÇA (reticências)
PUJANÇA (exclamação)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Primavera!!!!!



Ai, ai, ai... Há um pouco mais de um ano, eu passei duas semanas com vontade louca de comer melancia (tinha preguiça de cortar e tirar as sementes). Minha boca aguava e eu só conseguia pensar na fruta o dia inteiro.

Ainda há um pouco mais de um ano:

i Lana ! diz:
Também nunca fui com a cara do lide, mas acho que ele me pegou! "LIDE, LIDE! Olha o lide!" (paródia do Tchacabum)

f diz:
sei lá lana, abra um blog!


Há pouco mais de um ano uma amiga Bióloga me ensinou o nome científico da melancia. Citrullus LANAtus. E foi aí que tudo começou:



- Fica repetindo o verbo pra ver que bacana rs!
melanciar
melanciar
melanciar
melanciar
(mas tem q ser em voz alta senão não tem graça)

- Vou é chamar os amigos e fazer uma verdadeira guerra com muita semente e cuspe!!

- Ah, não! Não, não e não! As sementes são importantíssimas, devemos comê-las todas.

- Tem gente que cospe, tem gente que engole. (A semente da melancia, seus cérebros pornográficos!)

- Alguém já beijou uma boca lambuzada de melancia? É exatamente o infinitivo do verbo melanciar.

- Melanciar até de manhã! Ass: Porco Nojento

- Viva todas as prostitutas! Viva o prostíbulo todo!

- Acho que vou limpar sua boca com sabão Ipê!

- Bom, em se tratando de prostíbulo, a puteza é a profissão mais antiga que existe, vide perversidade de Maria e cornice de José. E se nessa época houvesse imprensa, o affair seria noticiado aos borbotões por todos os veículos de comunicação e, num piscar de olhos, Maria estaria sendo (Telemarketing) convidada para posar nua e José seria tema de música sertaneja.

- Eu, na qualidade de ateu, quase fiquei ofendido pela blasfêmia... mas, como diria Dercy, "ah, vai se fudê!"

- Você, querida, assim como eu, peca nos extremos, nos excessos.

- Esse emaranhado de exageros perfianísticos me fascina. Somos todos palhaços, exagerando os sentimentos.

- Tem jornalista palpitando em muita coisa!

- São mais alienados que minha bisavó em relação à mistura de leite com manga.

- Não despreze nada que possa lhe ser INÚTIL. O inútil, o apedeuta e o sutil também tem seu valor...

- Opa, eu não presto! De repente nem tudo esteja perdido...hehe

- E vamos melanciando!

- Melanciar é verbo. Maçã é sonho. O seu verbo. O meu sonho. Nosso verbo. Sonho de minha doce ilusão! Confesso: é um devaneio obsceno! Meu bom e velho tesão por intelectuais!

- Não sei se faz seu gênero mas... Eu já usei bigode! (em tom insinuante) O grande problema é na hora de meter a boca na melancia....Mas se acostuma....

- Olha, faz sentido. (mentira)

- Eu nem ligo! Eu amo vc, Kriola!

- Quer casar comigo?!

(silêncio)

- O intrigante é não obter nem "sim" nem "não"! Eu, particularmente, prefiro desistir.

- Esse negócio de casamento é chato demais.

- Há sempre necessidade de engordar e engordar...

- Casar na Igreja é sacrilégio. Os padres não se casam porque não conseguiriam viver junto por muito tempo debaixo do teto da casa Paroquial. E não ficaria bem para quem abençoa um casório se separar depois de algum tempo. Esse pessoal é esperto. Não se casam. Casam os outros e eles ficam no BEMBÃOOOOO (vocês sabem do que estou falando). Por isso, só vou me casar quando os padres casarem primeiro.

- E vamo que vamo!

- Alguém aí tem uma aspirina?

- Aspirina? Cê tá fumando droga?

- Nããão! Parece cocaína, mas é só leite em pó!

- Adorei a comparação!

- Sagacidade pouca é bobagem!

- Direi algo, e não se esqueça: você é genial!

- Sou... Sou aos poucos. Minha história é viver. E não tenho medo do fracasso. Que o fracasso me aniquile, quero a glória de cair.

- E nós, pobres mortais????

- Agrade sempre a si mesmo. Por que no fundo tentar agradar fere o preceito básico da honestidade.

- Bonito! E profundo. E estranho! E filosófico.

- Humm... parece que já ouvi isso... nos bares da vida.

- Esdrúxulo!

- Branca, eu quero é férias!

- Então vai indo porque eu não vou!

-Você sempre estará nas minhas melhores e mais intrigantes lembranças...

- Ok

- Beijos não palavrônicos....ah, vai, puta que pariu então!

- Bom “recomeço” de ano! (a todos)

(FIM)

- AEE, O melhor post!


Obrigada pela lambança toda neste um ano de brogue!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Quando um não quer...

.. dois não brigam!!!!

Sabem, loooonge de mim ser palpiteira...

(silêncio)

... Tá bom, vai, talvez eu seja um pouco. Mas só um pouquinho!

Mas rabugenta eu não sou!

(silêncio)

... As vezes que os infelizes que moram comigo insistem em apertar o tubo de pasta de dente bem no meio, ao invés de apertar o final e ir subindo gradativamente, conforme a pasta for acabando não contam.

(Ou contam?)

... Bom, o importante é que, palpiteira ou não, rabugenta ou não, eu não costumo meter minha colher em cumbuca alheia. E isso eu não faço mesmo! Com toda convicção!

(silêncio)

... Ok! Eu vou dizer logo a que vim hoje! O fato é que hoje eu vou enfiar o meu nariz onde não fui chamada (e que bom que não o fora)!

Desde que escolhi ser jornalista, eu nunca tive pretensão de trabalhar com crítica de arte (qualquer que fosse ela: cinema, artes plásticas, música, etc). Primeiro porque minhas habilidades artísticas tendem a zero, o que não me faz sentir à vontade na condição de botar defeito, ou até mesmo elogiar com propriedade o trabalho alheio.

Segundo que eu acho isso um negócio complicado. Porque sim, eu sou meio bundona! E sinto dozinha das pessoas!!! (chorei)

Enfim, o fato é que nunca quis meter o bedelho no trabalho de outrem.

Acontece que eu tenho ouvido no percurso do trabalho pra casa uma certa FM aí! E por mais de uma vez senti aflorados meus instintos mais primitivos (de raiva, seu porco nojento!). Além de insistir em colocar na programação a canção "A namorada tem namorada", de Carlinhos Marrom, que dispensa comentários (a canção, não ele), sobretudo porque eu sou uma bundona, a rádio tem colocado mais de uma vez por dia a nova canção de trabalho de Roberto Frejat.

Como diriam alguns amigos: MEELLL DELLS!!!




Deprimente, vergonhoso, patético, bizarro, esdrúxulo, indigno, infame, indecoroso, engraçado, desonroso, gozado, e decadente são alguns dos muitos possíveis adjetivos a serem atribuídos ÀQUILO.

Me fez até esquecer que eu não sou palpiteira, nem rabugenta, nem enfio a colher em cumbuca alheia, nem quero ser crítica musical e, principalmente, que eu sou bundona. E me fez lembrar dos escritos do amigo Fábio Bonillo sobre a atuação, não menos infeliz, da rainha do rebolado, Gretchen, em seu filme pornô. Bonillo disse, em um dos trechos do texto Aleluia, Gretchen, em seu blog Desanuviar, algo muito similar ao que eu escreveria sobre a canção Eu não quero brigar mais não, do Frejat.

Diz ele: "A rainha da conga está, com certeza, mais constrangida e envergonhada do que quem está assistindo a tragédia – percebe-se o dilema abissal em que ela está. Em seus olhos lê-se "mas eu preciso do dinheiro, porra!". Em outras partes de seu corpo, lê-se "isso nunca vai acabar? (...) Num primeiro momento, eu dei gargalhadas, mas logo percebi a angústia da mulher e passei a pensar que, se tivesse ganhado na loteria, daria um pouco de dinheiro a ela pra que nunca mais precisasse cometer aquele crime."


Definitivamente, se eu ganhasse na loteria, destinaria parte da grana ao amigo dos cabelos cacheados! (Mentira!!! Não ilude!!!)

Mas, sabe do que mais?! Eu não quero brigar mais não!! (Pffff..rs) Chega de falar! Afinal, eu nem sou palpiteira, rabugenta, crítica de música e nem meto meu nariz onde não sou chamada. Além de ser uma bundona incorrigível! E, pra provar que eu não sou a única, segue um videozinho (à altura da qualidade da canção) com letra e música do ex-Barão Vermelho.

Destaque para as ricas rimas de dois versos:

Você é aquela que o meu coração habita
Única e favorita

Estrela da minha vida
(?????? rs)
E da minha escrita


Eu fico sorrindo de orelha a orelha
Você com a pele bonita

Que fica sempre vermelha

Quando eu te amo de forma infinita
Somos Bambam e Pedrita
(kakakakaka)

Preparem-se para a vergonha alheia. Com vocês, Eu não quero brigar mais não!!! (com vocês eu não quero brigar mais não)


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Berimbau Japonês e a Cítara Paraguaia II

(Esse texto não é meu!)

E o berimbau??????????

O berimbau agonizante a perguntar, no quê das horas, como preencher a sua estante...
Agora, leva o tempo àquele que se foi, tocando rua afora que a alegria vem depois
Pois tristeza já não tem nem porquê nessa história,
o berimbau, no toque lento, vai guiando a trajetória.
Trajetórias diferentes, mas com algo em comum:
O povo é alvo, o alvo é certo. Ouço o som mais uma vez...
exótico, indeciso, penetrante. Um a zero, um a um.
em qualquer coisa que se faça ou que se fez
Aquela Jam me agradava. Sola o berimbau japonês.

=]

domingo, 16 de novembro de 2008

Eu não sei exatamente o que fazia aos 12 anos. Minha memória é maravilhosamente ruim! Mas não importa! Só queria dividir palavras singelas e doces de uma Lídia singela e doce. Os olhos mais belos que já conheci! Como a própria define: "espertos e abertos". Mas com uma certa melancolia eu adicionaria. E uma inocência também. Nos olhos e no discurso. Minha pequena magrela bela. Que aos 6 anos quis ganhar um violão. E preferia patins a bonecas. E por quem eu sinto um amor incalculável.



Sou a poetiza Lidia,
Cheia de sonhos e pesadelos
E medos e coragem.

Tenho olhos espertos, abertos,
Para olhar o caos que o mundo sofre
E a beleza que ele nos proporciona.
Tanto me tocam as águas da poluição,
como as dos oceanos.

Tenho os ouvidos atentos
Para a música e para
A sonoridade dos sorrisos.

Lendo ou escrevendo,
Sou falante, elétrica como um grilo.
Quando enfrento o desconhecido,
sou caracol encolhida em minha casca-casa.

Sou alegre e sou triste,
Sou poetiza em projeto.
Acho que poetas são as lentes,
Que todos deveriam ter,
São as lentes de visão para um mundo diferente.
São seres que fazem coisas impossíveis,
Botam fogo no gelo,
O sorriso na cara de um sistemático.

Por isso vivo e me preparo,
Como só tenho 12 anos,
Estou ainda atiçando curiosidades.
Se o branco preconceito tiver,
Se o diálogo quebrar a indiferença,
Vou tudo anotar,
No branco do meu poema,
Para que indiferenças possa quebrar,
E paz alcançar!!!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Aqui jaz uma quimera

A morte de um querido dói. É a ausência súbita, imposta, arbitrária e, normalmente, sem aviso prévio, daquele que, por algum motivo, tornou-se essencial. E perde-se a essência, perde-se a graça, perde-se o chão. Ficam a saudade e a dor eternas. Fica também uma grande frustração. Frustração pelos momentos que não mais poderão ser compartilhados, frustração pelos planos condenados a serem eternamente planos (ou talvez menos que isso). Frustração por não ter podido fazer absolutamente nada para evitar o pesadelo (nem mesmo ir no lugar do outro). A morte de um querido dói! Mas ela foge ao seu poder. E maior dor do que a dor da partida de um querido é a dor da morte daquilo em que se acreditava. E minha agonia agora é firmar-me como uma garota sem sonhos. Sem sonhos, com saudade, dor e frustrações. Na lápide: “Aqui jaz uma grande quimera”.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Berimbau Japonês e a Cítara Paraguaia

Era uma vez uma cítara. Uma cítara diferente das outras cítaras. E eu, que nunca fui muito sabida de música, me alegrei! A cítara era serena. Tão serena, quanto expansiva. Tão doce, quanto medonha. Tão ingênua, quanto perigosa. Tão libidinosa era essa cítara!

Mas essa cítara sorria. E isso me bastava! Era uma CÍTARA PARAGUAIA!

- Para o que???
- Paraguaia!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Máquina bizarra sem asas

O cérebro humano é uma máquina que se relaciona com o meio e interpreta-o. Dependendo do cérebro, do meio ou do humano esse processo pode ser bizarro. Mas, na verdade, não é bem disso que eu queria falar. Eu queria contar uma história. Uma história que fizesse o cérebro de Cecília funcionar como uma máquina que se relaciona com o meio e interpreta-o de forma bizarra. A história é a história de Geni! Mas, na verdade, não era bem essa a história que eu queria contar. Então, vou falar de Ícaro:



O corpo doía. A cabeça pesava. Os olhos estavam fundos, como quem parece não saber o que é sonhar há algumas noites. A boca abria em intervalos de tempo determinados por um modelo de progressão aritmética de razão -0,7 (segundos). Até que abriu e não fechou mais.

Ícaro já não se importava mais com nada. Nem com a carta de demissão que acabara de assinar, nem com o amigo que já não se importava mais com nada há algum tempo, nem com a barba que não parava de crescer, nem com a menina sagaz que desapaixonara-se, nem com a boca que não fechava mais, nem com as paredes do estômago que se destruíam um pouco mais cada vez que pensava nisso tudo sem se importar com absolutamente nada. Nada mais fazia sentido sem as asas que o fizeram viver uma comédia divina.

Ícaro pensou que podia. Mas não...

Pensou que podia brilhar. Pensou que podia se vender facilmente, sem dor. Pensou que podia comer pastéis de feira diariamente. Pensou que podia abraçar o mundo. Pensou que podia calcular em poucos segundos aquela progressão aritmética que resultava, agora, em uma tremenda dor no maxilar. Mas não!

Ele correu até a janela, olhou bem para as nuvens, olhou bem para o sol, e quis gritar. Mas pensou: "em boca fechada não entra mosquito"! E calou-se... Em vão!



A história de Ícaro acaba assim. Meio que sem acabar. É que, na verdade, não era bem isso que eu queria dizer à Cecília com o intuito de fazer o cérebro dela relacionar-se com o meio e interpretá-lo, como uma máquina bizarra. O que, de fato, eu queria gritar à Cecília – sem asas e com a boca bem aberta, como Ícaro - era:

- Kriola! Eu quero é mocotó!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Solta e a sós

Frases soltas de assuntos soltos de pessoas soltas em um dia solto e só de uma pessoa solta e só:

“Não tem essa de irreverência! Irreverência faz a gente perder a credibilidade!” (Credibilidade?! Kakakaka)

"Não existe gente mais idiota que o pessoalzinho de jornalismo!" (AEEEE! Um sábio solto!)

“Um defeito? A pressa!” (Pfff! Quem tem pressa come... mais que os outros! E que morra a falsa-modéstia!)

“Você tem até amanhã à tarde. Se não achar o bagulho eu vou cortar seu pescoço!” (Uma virtude? A pressa!)

“Ouça-me bem amor. Preste atenção o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho. Vai reduzir as ilusões a pó. Preste atenção, querida. Em cada amor tu herdarás só o cinismo. Quando notares estas à beira do abismo. Abismo que cavastes com teus pés”. (Cartola solto que me lembrou os Versos Íntimos (e soltos) de Augusto dos Anjos, poeta também solto)

O galego ranzinza diria: “Agora eu sei que a vida não é um jogo de palavras cruzadas onde tudo se encaixa”. E eu digo:

- O que será que ela quis dizer? Cinco letras começando com letra A.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Rôendo unhas!

Ele parece querer lutar, mas ainda não entende ao certo contra o que.

Ele parece rogar por força, mas não sabe de onde tirá-la e nem como usá-la.

Ele parece implorar por um sorriso no espelho impregnado de vermes, vírus e putrefação.

A barriga murcha e os ossos saltados pedem pelo amor de deus - que, aliás, ele nem sabe se existe – que algum alimento – para o corpo ou para a alma - seja limpo o suficiente pra ser digno da figura doce e franzina.

As mãos, sempre atentas, insistem em ficar levantadas para evitar o toque que vale uma morte.

A olheira faz o olho pesar.

E o olho pesa...

... e a alma pena.

Alma de menino ingênuo. Menino doce. Alma pura e linda. Pura, linda, doce e assustada. Já não sei mais se o mundo é limpo e ele se confundiu, ou se nós é que somos porcos e nos acostumamos com a fétida condição de sermos humanos. O desespero e aprisionamento em si mesmo é o preço que essa pura alma paga por ser tão sensível.

O olho pesa...

... a alma pena...

... o peito sente...

... a gente ama...

... ama...

... ama...

.. a palma assenta!

A paz regressa!

domingo, 27 de julho de 2008

Para o tempo, conservemo-nos serenos!

O que eu faria de mais interessante com os três reais investidos precipitadamente em um coxinha gordurosa?

Pegaria o primeiro ônibus urbano que cruzasse meu caminho e, com as maravilhas do Bilhete Único, passearia por boa parte da cidade e ainda sobrariam uns trocados para presentear meu querido tio com chicletes libaneses.

Eu compraria um palito e alguns balões para brincar de mágico como quando eu ainda calçava 27.

Eu compraria 6 edições do Notícia Já e, certamente, o tempo voaria junto com os sorrisos.

Acho que eu faria uma fezinha. E, com 55 milhões, compraria todas as fábricas de coxinhas do Brasil.

Talvez eu investisse na poupança. Certamente não me renderia muita coisa. Nem mesmo uma azia maldita! Maldita coxinha!


___________________________________________________________________



Aquele boné tem um adorno extra. Parecem testículos revestidos por um azul bem vivo.

- Meu deus! Ele carrega o saco na cabeça! E é um nobre!

- Ele é um nobre! Pois carrega o saco na cabeça!

- Ele é cabeça! Pois carrega um nobre no saco!

- Ele é um saco! Porque carrega um nobre na cabeça!

... Ele não era ninguém...


___________________________________________________________________



Dez passos para a direita e seus olhos passeiam à procura daquilo que eu nem sei.
Cinco passos para a esquerda e a ação se repete como linha de montagem.
Os olhos encontram o tempo, matreiro, tentando lhe pisar a unha encravada.

Direita. Esquerda. Meia volta. Volta e meia. Duas voltas. Duas horas. Duras penas. Duras pernas. Correu! À procura daquilo que eu nem sei!


___________________________________________________________________



Um dia me disseram algo que eu nunca mais esqueci: "O 'sim' e o 'não' são a mesma coisa, o que muda é a conseqüência". Talvez seja verdade.



Então... Fica comigo mais um pouco?!

domingo, 20 de julho de 2008

Vai-se Dercy e ficam os carinhosos palavrões de uma punk anacrônica



Filha da puta! Ela não podia ter feito isso! Não antes de 2058, caralho! A Dercy era as tetas da loira e da mulata chocando e seduzindo conservadores pela Sapucaí! Era o quebrar das pernas dos falsos moralistas. Não podia ter morrido agora! Tão cedo!

Penso que a Dercy foi uma punk anacrônica (me ocorreu agora que talvez ela tenha inspirado o visual do Supla. Digressão!!!). Ela chokou! E chocou de forma tão natural que eu, às vezes, sentia inveja do fato de ninguém nunca ter lavado a boca dela com sabão Ipê (dúvida por que?). E, certamente, precisaríamos de Dercy e sua boca suja por mais muito tempo por aqui para tentar pôr fim à prática da lavação de línguas e assistirmos ao fracasso da indústria dos saponáceos.

Pouco me importa que os palavrões tenham surgido na vida da bonitona como ferramenta para o ganha-pão (aliás, dinheiro sempre foi uma coisa que ela não escondeu de ninguém que gostava muito). Isso não tira o mérito de Dercy. Talvez só acrescente mais, aliás. Porque ganhar a vida e um país inteiro mandando todo mundo ir se foder, tomar no cu e pra puta que o pariu beira a genialidade.

Lembro dela em “Deus nos acuda”. A lembrança é vaga. Acho que ela era um anjo. (¿ou uma deusa?) Não sei! Mas a ironia não fica por aí. Ela nasceu, em 1907 (há controvérsias), em uma cidade chamada Santa Maria Madalena. Não entendo muito de hagiologia (Não sabe o que é, joga no Google, folgado! Tive muito trabalho pra descobrir essa palavra pra ir entregando assim de mão beijada!rs), mas Maria Madalena não é a puta que ganhou o perdão e sabe-se lá mais o que de Jesus?

Por falar no Rei dos Judeus, fazendo um briefing de mídia sobre a impudica Dercy, vi uma recente participação dela no programa do Sílvio Santos “Nada Além da Verdade”. Quase uma hora sem acréscimo cultural algum. Fantástico!!! Quase uma hora de gargalhadas. Só Dercy teria coragem de dizer em alto e estridente som na cara do rei dos judeus contemporâneo que “porra” não é palavrão. “Você é feito de porra! Eu sou feita de porra! Porra não é palavrão!”, disse voltando-se a Senor Abravanel.

Mas o diálogo genial veio quando a filósofa Dolores Costa Gonçalves falou que não ama ninguém (Também no meu briefing de mídia, vi uma entrevista dela com Marília Gabriela, quando ainda tinha 70 e poucos anos (A Dercy, não a Gabi). No bate-papo, Dercy faz uma intrigante colocação sobre uma possível receita para se manter conservada. Na época, um tanto mais comedida, disse serenamente à Gabi: “Eu não amo, não odeio, não tenho saudade e nem ódio”. Interessante. Muito interessante.).

Mas voltando ao “Nada Além da Verdade”, quando Dercy falou ao rei dos judeus que nunca havia amado ninguém, ele tentou argumentar. E veio a pérola:

- Dercy, você já mudou de vida e deixou tudo para trás por um grande amor?

- Não! Eu nunca amei!

- Mas, Dercy, tem um poeta famoso que diz que "quem passou pela vida e não amou, não passou pela vida".

- ESSE POETA AÍ É UM VIADO! (no tom estridente de costume) Ele não sabe o que passa em mim! Eu sou eu, ele é ele!

Kakakakakaka Esse poeta aí é um viado!!!!

Acho que ela durou tanto porque sabiam que não existiria outra igual. E creio que não existirá mesmo. Talvez a Gra, minha companheira de república, chegue perto disso, mas ainda não estou certa.

Graaaande Dercy! Acho que, quando ela nasceu, não chorou! Gritou: “Puuulta que pariu! Que buceta apertada!”

E Ary Fontoura disse sabiamente ontem, 19 de julho:

- Vai-se Dercy, ficam os palavrões mais carinhosos!



quinta-feira, 17 de julho de 2008

Chup Nhando!

Me deu vontade de postar um texto chupinhado. Reza a lenda que é do Luis Fernando Veríssimo. Não sei. Porque chegou até mim por email. Dessas mensagens encaminhadas que chegam e você nunca lê. Eu li. Durante o trabalho. É assim:

"Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.

Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.

Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.

Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.

Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher na cama.

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.

Agora tenho que ir. É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro. E já que vou, levo um jornal... Tchau.... Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail."


Com todo respeito e admiração que tenho pelo Veríssimo, e modéstia totalmente à parte, creio que eu seria mais criativa ao arquitetar as atividades que seriam executadas concomitantemente umas às outras. (hahahaha) Eu, a banana, a escova de dentes, o equipamento de som, o bichinho de estimação, os amigos, o xixi e o sexo! Tudo junto! Seria curioso! Quem se habilita?!?!

Beijo melado no cerebelo de vocês! Apareçam sempre que sobrar um tempinho!

sábado, 14 de junho de 2008

Dor e Delícia

(Cof! Cof! Cof! Quanta poeira nesse lugar! ÁÁÁÁÁÁ!! UMA ARANHA!!)

Quanta saudade! MUITA! Tenho pensado muito em vocês. Os últimos três meses têm sido intensos. Adoraria contar tim-tim-por-tim-tim tudo (ou quase tudo! Para manter o mistério que é bom!). Mas vou me guardar pra quando as férias chegarem. Enquanto isso, deixo pra vocês o único bom fruto de um semestre acadêmico catastrófico (não por minha culpa. Juro!).

Eu, menina criada no Chá Mate Leão (com manteiga, limão e mel quando a garganta doía). Eu, que não gosto do amargo. Eu, mineira fajuta que come pão-de-queijo com Fanta Uva. Eu, que cultivo um rancor pela elite branca, mole, gorda e cafeeira da minha estimada Cabo Verde. Eu! Era eu! O All Star branco (justo ele!) na lama, o sol rachando, o Punga (fusca membro da família Sousa) chacoalhando na estrada de terra, um entusiasmo que há muito não sentia, um carinho enorme por tudo e todos que cruzavam o caminho meu e da câmera do Boi (minha companheira inseparável num fim de semana intenso) e deu no que deu. Aplausos aos homens, mulheres e crianças que vivem a dor e a delícia de serem a Terra do Café! E vaias à Pontifícia!




O grão, que colore as montanhas sul-mineiras de vermelho e orgulho, é colhido, espalhado, seco, torrado e moído. O pó negro que resulta do processo mantém o hábito de mais de 90% dos brasileiros que não abrem mão do tradicional cafezinho diariamente. Na pequena, pacata e charmosa Cabo Verde - cidadezinha do Sul de Minas - o grão é muito mais que só a matéria prima de uma bebida que é fetiche nacional. Trata-se de luta. Ou por sobrevivência ou por poder. E assim, o mesmo grão que garante muito luxo a poucos, impõe a desigualdade a muitos. É a dor e a delícia de se viver a Terra do Café.



368,5 quilômetros quadrados de montanhas, botequins, amigos, fofocas e café... Muito café!

A vivacidade das cores da fruta que gera mais de oito mil empregos em uma cidade com quinze mil habitantes.

Mulheres fortes como poucas.

Sorriso tímido e contido de quem encerra, no alto do cafezal, um dia duro de trabalho.

A dor de ser a terra do café.

De segunda à sexta, escola. No fim de semana, trabalho dura vira brincadeira de criança.

Eloqüentes olhos.


Eles não trabalham sozinhos.

Pintura.

Do alto da montanha, pro terreirão: o tapete.

O rodo dá sua lição: trabalho pesado diariamente para que todos os grãos recebam IGUALMENTE e UNIFORMEMENTE os raios solares.


Seo José Victor, 52 anos de vida e 24 de café. O dia todo de um lado ao outro rendem a ele pouco mais de mil reais por mês.

Impessoalidade.

Seo Lázaro, 60 anos de idade e 20 de café, na esperança de estar vivendo sua última panha: "Ano que vem tento aposentadoria".

Eles revelam.

Secos.

O holandês Pieter, estudioso do grão, ajuda na torrefação artesanal que faz toda diferença.

As mãos. Sempre elas.

Na casa da Dona Tina, o fogão é à lenha...

... o coador sempre de pano. E a prosa, mais que boa. Porque café não é feito pra ser expresso. Não é só tomar. Aqui, na pacata Cabo Verde, é (sobre) viver!


domingo, 11 de maio de 2008

Padecendo do paraíso...


(17 de março de 1987)

- Virge Santa! Que tamanho de nenê! Foi parto normal isso??

- Sim! Meu bebê de quatro quilos e setecentos gramas! (sorriso)


(carnaval de 1988)

- Minha Nossa Senhora do sapato furado! O bebê tá chorando!

- Filha, não pode chorar! Vem cá com a mamãe, vem! (sorrindo)


(carnaval de 1990)

- Minha Santa Eulália da epiderme comprometida! Aquela criança ta mijando na fantasia!

- Mamãe! Eu não chori, só miji!

- Rárárárá!


(carnaval de 1994 a 1999)

- Mãe, eu não quero ir no baile de carnaval! (cara de cão-sem-dono)

- Tá bom, filha! A gente fica aqui em casa assistindo Domingo Legal. (sorrindo)


(Baile de carnaval 2007)

- Mãe! A Bele, a Ju, a Cris, a Lê, a Lu, o Digo, o Ju e a Má vão dormir aqui em casa, tudo bem?

- Tudo bem! Tem umas cervejas na geladeira! Antes sair eu maquio vocês!


(Mãezinha, obrigada por ter aturado meu nascimento e meus carnavais! Por me deixar fazer peripécias na cozinha de madrugada, por lavar meus tênis imundos, por fazer comidinha boa pra me esperar, por rir das minhas piadas, por me dar uns chega_pra_lá na hora certa e pelas 1 548 500 000 vezes que já me perdoou na vida toda. E.... a propósito... Perdão por não ter podido ir te ver no Dia das Mães. Amo você de um tanto que não cabe em mim... Não cabe em lugar nenhum!)

PS:Saudações à Vó Landa, Tita, Sueli, Júlia e Telinha, que é mãe disfarçada de Tia

domingo, 27 de abril de 2008

Lolita!!!!!!!

Essa é uma história que um poeta chinês me contou. A história de Lolita repleta de frases exclamativas! A narrativa se passa no Brasil e Lolita não é chinesa como o poeta.

Lolita tinha medo (sempre muito medo)! O medo era dor! A dor corroía, destruía! Ela ria... ria... E chorou! Lolita era estranha (seu nariz parecia paçoca de botequim, cilíndrico). E Lolita nunca sabia se preferia o azul ao vermelho! Ela sempre preferiu tudo! Sempre foi exacerbadamente tolerante e sempre quis abraçar o mundo!

Um dia Lolita foi a uma roda de samba. E se jogou! Dançava como nunca! Suas pernas e quadril pareciam ter vida própria! Ela não sentia vergonha ou medo da rejeição! É que, na verdade, Lolita não sabia sambar!Nunca aprendera! Mas, naquele dia, sambara para si mesma! Pra satisfazer SUA sede (de samba)! E ela foi feliz! O moço do cavaquinho sorriu! Lolita gargalhou sem a menor discrição! Naquele dia, ela vestia vermelho! Mas no dia seguinte, já se rendia ao azul!

Lolita era realmente estranha! Ela gostava de bolo de chocolate com salame (além de ter nariz de paçoca de botequim)! Ela era simplória, mas muito exigente consigo e com as escolhas que nunca conseguia fazer!

Lolita assistiu à novela do Toin_da_Lua, Leu Dom Quixote e ouvia muito samba, claro! Um dia Lolita morreu! Não de congestão, de tanto dançar e nem de tristeza! Lolita morreu atropelada! Ela andava distraída (como sempre) com um sorvete de uva e um sachê de ketchup nas mãos, quando veio um carro velho em sua direção! E suas últimas palavras foram: “Ai! Ai, ai, ai! Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai! Em cima, embaixo, puxa e vai!” E gargalhou! E morreu!!!

(Essa é Lolita nas mãos do Macaco do irreverente amigo Alexandre Gabarra Marcati)


sexta-feira, 14 de março de 2008

Bigode cheirôôôôôso!!!

Eu tenho alergia à barba! Mas um(a) mal feito(a) muito me agrada! Além disso, o bigode robusto do simpático Belchior muito me interessa (“Eu não tô interessaaado em nenhuma tioria”)! Calma! Não tenho sonhos eróticos ou devaneios obscenos com o cearense e seu bigodão “cheiroooso” (como diria o amigo Calais)! Apenas um apreço como o de filha e pai. Alucinação!

(Belchior: o mais robusto dos bigodes)


A propósito, meu pai tinha bigode também! Não tão robusto quanto o do Belchior, mas certamente mais querido que o dele! Andei pensando, entre uma coçada e outra no meu queixo, que muitos bigodudos me agradam além do Belchior e do meu saudoso pai! Bigodes pra todos os gostos e estilos! A prova de que, mais que meros condomínios de ácaros, o aglomerado de pêlos ajudou a construir a imagem de muitos ícones:


Começo por Chaplin! Um bigode pequeno, mas que me parece, magicamente, singelo e subversivo ao mesmo tempo. Lembro-me que o primeiro bom (memorável!) texto que li na vida foi "O Úlimo Discurso" (do filme “O Grande Ditador”), que ficava estampado num quadro no quarto da minha madrinha pseudo-comunista. Na época eu nem imaginava o que era socialismo, nazismo e muito menos quem era a figura de chapéu coco, roupa desajeitada e bengala na mão que ilustrava o texto na parede. Mas por algum motivo, um dia resolvi - com o esforço que a recém-alfabetização me exigia - ler o discurso até o fim. Entendi pouca coisa (apenas o que as minhas unidades de primaveras me permitiam). Mas lembro que achei bonito. E decidi naquele dia que aquele cara de bigode engraçado seria um querido pra mim. E é!

(Chaplin e seu bigode em "O Grande Ditador)

Ainda na linha “discreto, mas intenso”, outro bigode pelo qual tenho muita estima e carinho é o do meu deus literário: Fernando Pessoa. Esse bigode tem o poder de me embargar a fala. Tudo vale a pena se o bigode não é pequeno! O dele é tamanho médio, mas a alma é extra-grande!

(Fernando Pessoa)

Não vale dar risada de mim agora. Mas, além do Chaplin, outro bigode também marcou minha infância! (Por algum motivo estou envergonhada de contar isso. Mas vamos lá!) Quem aí se lembra de Luis Fernando de La Vega? Sim! O marido da Maria do Bairro! O ator Fernando Colunga também visitou meu universo simbólico quando exibia um imponente bigodão na segunda fase da novela que é a “menina-dos-olhos” de Senor Abravanel. Algumas vezes eu sentia asco de ver o bigodão espinhento de Colunga roçando na cute delicada da Thalia. “Coitada!”, pensava.

(Fernando Colunga na pele do sedutor e bigodudo Luis Fernando De La Vega)

Além desses, tenho meu bigode-ídolo nacional também. Um bigode-camaleão. Às vezes aparece, às vezes não! De vez em quando com formas e tamanhos diferentes! De uma maneira ou de outra, ele sempre vem acompanhado de um barulho bom! (“Uma voz sublime, uma palavra sublime, um discurso subliminar”). Muito bom! Por esse eu tenho um carinho especial, confesso. Humberto Gessinger é concorrência desleal! Seu bigode se destaca pela versatilidade! A cada disco, há um bigode diferente latente! E o galego se supera sempre!

(Bigodes mil do vocalista da Engenheiros do Hawaii)


E para os esquerdinhas da vida não dizerem que tenho o pensamento fixado em preceitos de sociedade machista e patriarcal, mandarei meu bigode preferido, mas, agora, do sexo oposto a todos os outros citados até então! De todos é o mais charmoso e sedutor (Mais até que o do Sr. De La Vega, creio): Frida Kahlo! A mexicana faz juz à nacionalidade. Um bigode literalmente surreal! (Ou não!)

(Frida: "Acreditavam que eu era surrealista, mas não o era. Nunca pintei meus sonhos. Pintei minha própria realidade)

Pra terminar, o ícone, o sábio, o grande filósofo e dono do bigode mais intenso e malandro (no bom sentido!) da história! Talvez este seja o mais real de todos os bigodes. Chego a pensar que o cabelo está para Sansão assim como o bigode está para o inigualável Seu Madruga! Sem dúvida minhas tardes ociosas, desde que me entendo por gente, não seriam as mesmas sem o bigodão rabugento do pai da Chiquinha! Salve Seu Madruga! SEMPRE!


(Que que foi? Que que foi? Que que há?)


Poderia ficar uma semana inteira postando sobre referências mundiais na temática do bigode. Mas a alergia me judia. Sadam, Freddie Mercury, Antônio Fagundes, Letícia Sabatella, Hitler, Nelsão e o divertido Leôncio, por enquanto, ficam de fora. E se me esqueci de algum que não poderia em hipótese alguma ficar de fora da lista, por favor, não me lancem praga pra que eu acorde amanhã com um “Quê” de Frida Kahlo! Já dizia o maior dos sábios bigodudos: “A vingança nunca é plena! Mata a alma e a envenena!”


E ainda:
"As pessoas boas devem amar seus inimigos. Mas amar os idiotas é quase impossível."


sexta-feira, 7 de março de 2008

Paraíso Perdido

“I use children as a metaphor for a lost paradise” - Loretta Lux

"Girl with crossed arms"


"The Red Ball" No. 1


"Girl with a Teddy Bear"


"Yanan"


"At the Window"


Bizarro? Melancólico? Doce? Perverso? Belo! A fotógrafa alemã, hoje radicada em Dublin, Loretta Lux parece conseguir o milagre de misturar esses elementos todos (a bizarrice, a melancolia, a doçura, a perversidade e a beleza) e obter um resultado extremamente harmônico, profundo, intenso e muito agradável aos olhos.

É certo que os PhotoShups e Corel Drops da vida são requisitados em alguns momentos. Mas quem se importa com isso?? (Eu não!) Principalmente sabendo que os planos de fundo, os cenários utilizados em cada fotografia, na maioria das vezes, são telas pintadas pela própria Loretta.

A maioria dos cliques da fotógrafa tem como alvo crianças de, no máximo, oito anos de idade. É uma abordagem inexplicavelmente complexa, com tudo que esses serezinhos possuem de mais ingênuo, cruel, engraçadinho e triste materializados em um único quadro. INCRÍVEL!

Então, fica a dica de "paraíso perdido": www.lorettalux.de