segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Rôendo unhas!

Ele parece querer lutar, mas ainda não entende ao certo contra o que.

Ele parece rogar por força, mas não sabe de onde tirá-la e nem como usá-la.

Ele parece implorar por um sorriso no espelho impregnado de vermes, vírus e putrefação.

A barriga murcha e os ossos saltados pedem pelo amor de deus - que, aliás, ele nem sabe se existe – que algum alimento – para o corpo ou para a alma - seja limpo o suficiente pra ser digno da figura doce e franzina.

As mãos, sempre atentas, insistem em ficar levantadas para evitar o toque que vale uma morte.

A olheira faz o olho pesar.

E o olho pesa...

... e a alma pena.

Alma de menino ingênuo. Menino doce. Alma pura e linda. Pura, linda, doce e assustada. Já não sei mais se o mundo é limpo e ele se confundiu, ou se nós é que somos porcos e nos acostumamos com a fétida condição de sermos humanos. O desespero e aprisionamento em si mesmo é o preço que essa pura alma paga por ser tão sensível.

O olho pesa...

... a alma pena...

... o peito sente...

... a gente ama...

... ama...

... ama...

.. a palma assenta!

A paz regressa!

4 comentários:

Unknown disse...

Bonito! E profundo. E estranho! E filosófico.

Beijos!

Diogo Cronemberger disse...

Concordo com Xandeta. Fazia tempo que não lia algo tão bonito. Fiquei realmente emocionado.
Beijos!

Maíra Colombrini disse...

a minha pena mesmo viu...

Anônimo disse...

profundo...
pra variar estou com saudades de vc...
um grande beijo de seu fã numero 1 o famoso anônimo