Ele parece querer lutar, mas ainda não entende ao certo contra o que.
Ele parece rogar por força, mas não sabe de onde tirá-la e nem como usá-la.
Ele parece implorar por um sorriso no espelho impregnado de vermes, vírus e putrefação.
A barriga murcha e os ossos saltados pedem pelo amor de deus - que, aliás, ele nem sabe se existe – que algum alimento – para o corpo ou para a alma - seja limpo o suficiente pra ser digno da figura doce e franzina.
As mãos, sempre atentas, insistem em ficar levantadas para evitar o toque que vale uma morte.
A olheira faz o olho pesar.
E o olho pesa...
... e a alma pena.
Alma de menino ingênuo. Menino doce. Alma pura e linda. Pura, linda, doce e assustada. Já não sei mais se o mundo é limpo e ele se confundiu, ou se nós é que somos porcos e nos acostumamos com a fétida condição de sermos humanos. O desespero e aprisionamento em si mesmo é o preço que essa pura alma paga por ser tão sensível.
O olho pesa...
... a alma pena...... o peito sente...
... a gente ama...
... ama...
... ama...
.. a palma assenta!
A paz regressa!
3 comentários:
Concordo com Xandeta. Fazia tempo que não lia algo tão bonito. Fiquei realmente emocionado.
Beijos!
a minha pena mesmo viu...
profundo...
pra variar estou com saudades de vc...
um grande beijo de seu fã numero 1 o famoso anônimo
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